A Agência Nacional de Água e Saneamento Básico (ANA) publicou no dia 31 de janeiro, um estudo inédito, chamado “Impacto da Mudança Climática nos Recursos Hídricos do Brasil”. O lançamento do estudo ocorreu durante a live realizada pela ANA que deu início a Jornada da Água 2024 e que revelou o tema do Dia Mundial da Água neste ano: A Água nos Une, o Clima nos Move.
O levantamento realizado aponta uma diminuição da água disponível em quase todo território nacional, com exceção da região sul do país. Essa diminuição dos recursos hídricos afeta os grandes centros urbanos e também regiões importantes para produção agrícola, como a Bacia do rio São Francisco, considerando cenários de curto, médio e longo prazo. De curto prazo, sendo o período de 2015 a 2040, médio prazo de 2041 a 2070 e longo prazo de 2071 a 2100.
Segundo a publicação, a disponibilidade hídrica pode cair mais de 40% em regiões hidrográficas do Norte, Nordeste, Centro-Oeste e parte do Sudeste até 2040.
Segundo a pesquisa, a região nordeste irá sofrer com redução nos volumes de chuva, intensificando a seca no semiárido e na faixa litorânea. Outro fator para região será o aumento de trechos de rios intermitentes, que são aqueles que secam temporariamente. Tudo isso pode acarretar problemas para geração de energia elétrica, para agricultura e o abastecimento de água para população.
O estudo também aponta secas mais frequentes e intensas na região norte do país. Lembrando que na região norte fica parte da Amazônia. Haverá também redução dos volumes de chuvas e por seguinte das vazões dos rios.
A região sudeste ainda apresenta uma inconformidade entre os resultados dos modelos da pesquisa, mas há um apontamento predominante principalmente na faixa litorânea, com tendência de redução nas vazões devido a mudança climática, provocando a diminuição da disponibilidade de água nas bacias hidrográficas do Sudeste.
Quanto à região Centro-Oeste não há definição sobre o que poderá acontecer. Porém, mesmo em um cenário de incertezas é necessário planejamento e aprimorar medidas para uma boa gestão dos recursos hídricos, já que a região concentra grandes áreas de produção agrícola e possui nascentes de rios importantes, como o rio Tocantins, o Araguaia, o Paraguai e afluentes que formam o rio Paraná.
Outro ponto importante levantado pela pesquisa é a necessidade de refrear a emissão de gases de efeito estufa para poder diminuir a estiagem em três das cinco regiões do Brasil.
Já na região sul há uma tendência para aumento da disponibilidade de água em 5% até 2040, diferente de todo restante do país. Porém, há possibilidade maior de instabilidade climática com secas mais severas, aumento nas cheias e inundações, como já vem acontecendo na região nos últimos anos.
As tendências de impactos devido à mudança climática apresentadas pela ANA, servem como referência para uma melhor gestão, tomada de decisões e planejamento de políticas públicas para utilização correta dos recursos hídricos para que todos possam ter acesso à água.
Agora fica a reflexão: O que cada um pode fazer desde já para contribuir com o uso sustentável e racional desse recurso e bem tão precioso a vida?
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Até a próxima!
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