Ao tratarmos do impacto da crise da água, logo pensamos no “Apagão de 2001”. Não podemos esquecer que a falta de água também traz impactos na economia, e temos visto no noticiário como o cidadão já tem sofrido no bolso com as altas nos preços da conta de luz, como também no supermercado.
Por isso, para que possamos compreender melhor a situação no sudeste, principalmente no Rio de Janeiro, vamos fazer um resumo da crise hídrica no Brasil.
O Brasil está vivendo a pior seca dos últimos 91 anos. Lembrando que, em 2014 o estado de São Paulo sofreu uma crise histórica, jamais vista antes, com grandes baixas no nível dos seus reservatórios. Esse acontecimento precedeu o que agora pode ser a pior crise hídrica da história do Brasil.
O Brasil é considerado a maior potência hídrica do planeta, pois possui 12% de toda água doce do mundo. Porém, como contradição, sofre com falta de água em algumas regiões. Um dos motivos pelos quais isso ocorre, é devido a má distribuição geográfica de água pelo nosso país.
Por exemplo, a região Norte do Brasil possui as maiores reservas de águas do país, como a Bacia do Rio Amazonas e o Aquífero Alter do Chão, porém a maioria da população brasileira não reside na região Norte, e sim nas regiões Sudeste e Nordeste. Como também a maior parte das indústrias brasileiras se concentram na região Sudeste.
Lembrando que tanto a região Sudeste quanto a região Nordeste, além de serem as mais povoadas, possuem os maiores registros de secas e falta de água no decorrer dos anos.
Sendo assim, não poderíamos utilizar os recursos hídricos da Amazônia, na região Norte? Não é possível por não ser algo viável financeiramente, além de todo impacto causado à natureza.
Veja abaixo, um gráfico da ANA - Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico, que mostra a porcentagem da distribuição de água doce e da população que reside em cada região do Brasil.
Além de toda questão geográfica, também há questões políticas e administrativas dos governos para gerir água para toda população, que podem possuir falhas no planejamento da distribuição dos recursos hídricos.
A ANA é uma agência reguladora que planeja, organiza e implementa ações para promover o uso sustentável dos recursos hídricos do Brasil. Também tem um papel importante na conscientização da sociedade sobre a importância e uso racional da água. Para saber mais sobre a ANA, clique aqui.
Com a chegada da primavera, neste 22 de setembro de 2021, há previsão da volta do fenômeno La Niña. O fenômeno altera as temperaturas médias do Oceano Pacífico, o que aumenta a probabilidade de estiagem, de maior tempo sem chuvas na região Centro-Sul do Brasil durante a primavera.
Segundo o site de notícias R7, os meteorologistas do INMET - Instituto Nacional de Meteorologia - consideram que o evento La Niña de 2021 ocorrerá com fraca intensidade em meados de outubro. O que não diminui os impactos neste momento de escassez de água potável, já que segundo o meteorologista Nathálio Abrahão, as chuvas devem ficar na média ou abaixo da média climatológica para o trimestre.
Para se ter uma ideia, a capital do Paraná, Curitiba, implementou racionamento de água desde março de 2020, além da contratação de aviões para borrifar água nas nuvens para induzir chuva sobre a cidade. Essa técnica ainda é pouco usada no Brasil Como as regiões Sul e Sudeste têm registrado em seus reservatórios os níveis mais baixos em décadas, medidas emergenciais têm sido adotadas.
A escassez de água também gera transtornos para a população na conta de luz, porque a geração de energia é feita pelas usinas hidrelétricas, que utilizam a força da água para produzir eletricidade.
Como os níveis dos reservatórios da hidrelétricas também estão muito baixos, o governo teve de recorrer a outra forma de geração de energia, através das usinas termelétricas, que são mais caras. O governo também aumentou as tarifas da conta de luz, para forçar a redução do consumo de energia elétrica e assim evitar apagões.
Esse aumento das tarifas gera inflação, pois todos os demais setores sofrem com esse aumento. A agropecuária, por exemplo, é muito impactada, pois a falta de água prejudica a safra, que por sua vez diminui a qualidade e aumenta os preços dos alimentos.
Os agricultores têm que diminuir a área de plantio, pois falta água para irrigação, e com calor excessivo a produtividade cai ainda mais. E, sem chuva, o pasto é prejudicado, o que gera mais despesas para alimentar o rebanho, o que faz com que o preço da carne, por exemplo, fique elevado.
As cidades de Niterói, São Gonçalo, Maricá e Itaboraí têm passado pelo racionamento de água no Rio de Janeiro. A falta de água nessas cidades tem feito com que vários moradores fiquem sem água na torneira o dia todo, segundo o site da Jovem Pan.
De acordo com a CEDAE isso ocorreu porque o mês de agosto foi um mês seco, com poucas chuvas, fazendo com que o nível do reservatório do Sistema Imunana-Laranjal ficasse prejudicado para abastecer a população.
A capital fluminense é abastecida pela captação da água do Rio Guandu, porém também sofre riscos de falta de água. Como a previsão para os próximos meses continua sendo de pouca chuva, tanto a CEDAE quanto demais órgãos públicos têm pedido que a população economize água para que não haja escassez.
É muito importante que a população faça sua parte para que todos possam continuar usufruindo do uso da água e para que não haja riscos de um apagão em 2021. Por isso, nós do Água Menezes entendemos a importância da economia da água potável.
Nesse momento crítico, é hora de nos unirmos para evitar tanto a falta de água como também a falta de luz. Trabalhar com caminhão-pipa de água potável traz uma enorme responsabilidade, pois não é apenas vender água, mas também ensinar sobre seu consumo consciente.
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