Crise hídrica já tem feito municípios passarem por racionamento de água
Temos visto no noticiário que o Brasil está vivendo a pior seca dos últimos 91 anos, e com isso alguns bairros têm sofrido com a falta de água.
Em cidades como Maricá, Nova Friburgo e Petrópolis a população tem sofrido para encher suas cisternas e caixas d’água. Em Maricá, a CEDAE - Companhia Estadual de Águas e Esgoto do Rio de Janeiro - reduziu o abastecimento de água nos seguintes bairros:
Essa falta de água em Maricá é devido ao nível do rio Ubatiba, onde é captada água para distribuição, que está muito baixo, fazendo com que o sistema opere apenas com 30% da capacidade.
A Estação de Tratamento de Água (ETA) do Guandu abastece os municípios de Nilópolis, Nova Iguaçu, Duque de Caxias, Belford Roxo, Itaguaí, Queimados e Rio de Janeiro.
A ETA é uma das principais obras de engenharia do século XX no Brasil e possui certificação do Guinness como a maior do mundo. As águas do rio Guandu são captadas pela Estação de Tratamento do Guandu para fornecimento da população.
Boa parte da bacia do rio Guandu é composta de outro manancial, o rio Paraíba do Sul, que cede mais de sessenta por cento de suas águas para o rio Guandu através de canalizações forçadas. A questão é que os reservatórios do rio Paraíba do sul estão com níveis entre os mais baixos registrados no mesmo período do ano, em comparativo com os últimos vinte anos.
No começo de setembro, de acordo com um boletim da ANA (Agência Nacional de Água e Saneamento Básico), os reservatórios ao longo do Paraíba do Sul, Paraibuna, Santa Branca, Jaguari e Funil operavam com 25,7% de sua capacidade muito abaixo de períodos anteriores.
No mesmo período do ano passado, 2020, o volume dos reservatórios era de 34,23%. Já em 2019, o volume era de 45,72%. Tanto a CEDAE quanto a Secretaria Estadual do Ambiente afirmam que não haverá falta de abastecimento, mesmo em meio a um cenário preocupante.
Mesmo com a maior ETA do mundo no Rio de Janeiro e a transposição de boa parte do rio Paraíba do Sul para o Guandu, o Rio de Janeiro corre risco de uma escassez de água. É preciso a ação dos órgãos governamentais com medidas para curto e longo prazo, como também o consumo consciente da população.
O Sistema Imunana-Laranjal abastece uma população de 1,5 milhão de habitantes nos municípios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí e Ilha de Paquetá, localizada no município do Rio, além de Inoã e Itaipuaçu, localizados em Maricá. O sistema capta água do canal Imunana, localizado na cidade de Guapimirim, sendo formado pelos rios Macacu e Guapiaçu.
O sistema Imunana faz a captação em um rio sem reservatórios de acumulação de água, o que deixa a situação mais preocupante para a população abastecida pelo sistema. Em agosto a CEDAE precisou reduzir o abastecimento em 88% devido aos baixos níveis do Imunana. E caso seja preciso, reduzirá novamente a produção de água, segundo a estatal.
Nós do Água Menezes, por trabalharmos com caminhão-pipa de água potável no Rio de Janeiro, entendemos a importância de todos unirmos forças para evitar a escassez de água ou até um apagão. Regiões como a baixada fluminense já sofrem muito com falta de água constante, por isso a importância de todos aprendermos o uso consciente da água potável para que não falte em 2021, nem para as próximas gerações.
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